quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

PÃO CASEIRO COM SUCO DE LARANJA.


No pomar colhendo laranjas, eu a vi mais linda do que nunca, e eu também colhia laranjas, meu cesto já estava cheio, então sentei um pouco na sombra pra descansar e aproveitar em silêncio a oportunidade de vê-la.
Hoje ela estava sem chapéu e com os cabelos trançados para trás das costas com algumas mechas soltas por cima de seu rosto de sobrancelhas levemente franzidas pelo incômodo da luz frontal que vinha do sol.

Pacientemente ela tirava os cabelos dos olhos e colocava-os para trás da orelha com o dedo indicador, nessa hora pude ver uma pétala de flor amarela colada no suor de sua bochecha, bem na maçã do seu rosto, e que contrastava com o tom da pele. 
A pétala caiu e uma gota do suor dela desceu pelo contorno do queixo e escorregou pelo pescoço, para dentro de seu decote, entre a fenda de seus dois seios formosos que mais pareciam dois pães caseiros macios e caramelizados.

Vendo isso, eu descasquei uma laranja e chupei para dispersar os pensamentos, chupei com muita força.

Ela mordeu o lábio inferior como sinal de algum esforço que fizera para levantar o seu cesto com laranjas colhidas do pé. 
A blusa de tecido velho e florido fora amarrada acima da cintura e deixou visível seu umbigo, e de novo ela se agachou para pegar os frutos do chão, no entanto, antes, subiu sua saia rodada e também florida para cima dos joelhos, deixando à mostra um terço de suas pernas de mulher, e por causa do calor que fizera, abriu com as duas mãos, um botão a mais do seu decote.
Nessa hora eu descasquei outra laranja e chupei até o bagaço.
Eu gosto de laranjas e coisas equivalentes de sabor cítrico, talvez o beijo dela fosse assim, cítrico.
Para não chupar todas as minhas laranjas, levantei da sombra, peguei um outro cesto vazio e continuei meu trabalho na roça, visto que meu salário dependia das colheitas de laranjas, e meus dias felizes na sombra, dependiam da presença dela no pomar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

OS COMEDORES DE BATATA